domingo, 26 de abril de 2009

As Aventuras de Robin Hood

"It's injustice I hate, not the Normans."



Desde menor pequeno eu gosto das histórias de Robin Hood. Não sei de onde isto surgiu, mas tenho lembranças muitos nítidas de um desenho animado que passava no SBT e de um livro infantil (muito bem ilustrado, por sinal) que contava histórias d'Aquele Que Rouba dos Ricos para Dar Aos Pobres. Me lembro também de ter visto o filme do cansativo Everything I Do (I Do It For You) Kevin Costner e, um pouco mais crescido, a versão animada da Disney.
Curiosamente, também desde pequeno, quando penso em Robin Hood me vem a imagem do ator Errol Flynn trajado de verde e empunhando um arco-e-flecha (curiosamente, quando me falam em Errol Flynn eu já imagino Robin Hood, mas, uaréver). Também não sei de onde esta imagem se fixou em minha mente tão cedo, mas me lembro que em minha adolescência, lendo uma história em quadrinhos do Arqueiro Verde, uma personagem diz: "Esse foi o arco que Errol Flynn usou no filme As Aventuras de Robin Hood" e de pronto eu já havia reconhecido o nome e lembrado do rosto. Hoje então, falarei do filme que fixou a imagem de Flynn como Robin Hood definitivo e se tornou, pra mim, o ápice na história do fora-da-lei mais famoso de todos os tempos: As Aventuras de Robin Hood (The Adventures of Robin Hood).

Lançado em Abril de 1938 e dirigido por Michael Curtiz (o mesmo de Casablanca) e William Keighley, o filme trata sobre a história de Robin de Locksley (ou melhor, Robin Hood). Simples. Por favor, estamos falando de um dos maiores ícones de todos os tempos, se você não conhece a história por favor, volte para nosso planeta e se integre com a sociedade. Darei uma pincelada básica: Nas Cruzadas o Rei da Inglaterra, Ricardo Coração de Leão (Ian Hunter) é capturado. Por isso seu irmão, Capitão Renault João (Claude Rains) assume o poder e começa a oprimir o povo, especialmente os saxões. Sir Robin de Locksley (Errol Flynn) é um nobre, saxão, ás no uso de arco-e-flecha, que começa uma revolta contra estas opressões do tirano rei. Nessa empreitada ele tem a ajuda da equipe com o pior nome de todos os tempos dos Merry Men, que se escondem na famosa Floresta de Sherwood, ajuda a todos os necessitados e conhece e conquista a simpatia (e algo mais) da nobre, e normanda, Lady Marian (Olivia de Havilland, eterno par romântico de Errol Flynn em filmes).
Bem, praticamente todos os detalhes mais conhecidos da lenda estão lá: Desde o famoso torneio de arqueria que Robin participa disfarçado, passando pela luta de bastão entre Robin e João Pequeno (Alan Hale), Frei Tuck (Eugene Pallette) carregando Robin nas costas e a luta final no Castelo de Nottingham. Vários outros personagens fazem sua aparição, dos Merry Men (rs) temos, entre outros, Will Scarlett (Patric Knowles) e Much (Herbert Mundin) e para antagonizar, além do Príncipe João, temos Sir Guy de Gisbourne (Sherlock Holmes Basil Rathbone) e o Xerife de Nottingham (Melville Cooper).

A colorização é fantástica, tanto que sempre falei que Technicolor é uma das maiores personagens do filme. Acho que foi o primeiro grande impacto de como as cores podiam trazer mais magia ao cinema (embora, um ano depois, viria o ápice deste impacto: "O Mágico de Oz"). Muito da alegria que o filme passa deve a este uso vibrante e ideal de cores. Todas as 11 câmeras Technicolor existentes em 1938 foram usadas neste filme.
Outro ponto técnico muito alto é a memorável trilha sonora de Erich Wolfgang Korngold, que se mostra perfeita em todos os pontos do filme: da aventura, a ação e o romance. O filme flui muito bem e não cansa! Tem alguns dos duelos de espada mais memoráveis da sétima arte. O filme venceu os Oscars ® das categorias de Melhor Edição, Melhor Direção de Arte e Melhor Trilha Sonora. Em 1995 foi considerado um dos "filmes cultura, historica ou esteticamente significantes" pelo National Film Registry e o personagem principal sempre é lembrado nas várias listas de Maiores Heróis da História do Cinema. Foi o filme mais caro feito pela Warner Bros. até então.

Sem dúvida é um dos melhores filmes que Hollywood nos mostrou em seus Anos de Ouro (talvez o melhor filme de swashbuckling de todos os tempos), se tornando um sucesso espantoso: uma das maiores bilheterias do ano, consolidou o rosto de Errol Flynn como ícone da cultura pop e se tornou o filme definitivo sobre Robin Hood (toma essa, Kevin Costner).

Indiana Jones pode ter revolucionado do gênero, mas, quando me dizem "vamos ver um filme de aventura" a primeira imagem que me vem a mente é Errol Flynn sorrindo, empunhando seu arco, na bela floresta de Sherwood. Experimentem! São bons momentos de emoção, alegria e empolgação.

As Aventuras de Robin Hood
(The Adventures of Robin Hood)
NOTA: 9,2
102 minutos, 1938, EUA
Direção: Michael Curtiz e William Keighley
Roteiro: Norman Reilly Raine e Seton I. Miller
Produtor: Henry Blake, Hal B. Wallis e Jack L. Warner. Produtura: Warner Bros. Pictures

DVD: Gosto muito do filme, mas ainda não o tenho. Ele saiu em uma edição dupla que ainda pode ser encontrado em várias lojas (online, mas pouquíssimas lojas físicas). Para quem não quiser tanto uma edição recheada de extras (seus loucos, comprem e me presenteie!) ele entrou na coleção Clássicos do Cinema Folha, ou seja, ao seu tempo certo virá numa edição simples mas com um bom livreto contando muito mais do que eu poderia e saberia contar!

2 comentários:

  1. A Luty queria comprar todos dessa série, vou ver o dela ehehe.

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  2. Quando me falam em Robin Hood as primeiras imagens que me vêm à cabeça: O galo na introdução do filme da disney tocando e assobiando a música viciante, além, é claro de Sr. Chio com a cabeça enfiada em um balão, girando o rabo em círculos e saindo voando. Ah, Disney!

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